A nossa reflexão será a parábola do Bom Samaritano, exclusiva do Evangelista Lucas 10, 25-37. A narrativa desta parábola tem como ponto de partida o diálogo entre Jesus e o doutor da lei. O doutor questiona Jesus sobre o mandamento do amor: “em que consiste amar o próximo, ou, quem é o meu próximo”. Este diálogo está nos primeiros versículos: 25 a 29, do capítulo 10 de Lucas. Jesus responde ao doutor da lei com a parábola do Bom Samaritano.
A partir do versículo 30, do capítulo X, inicia-se a narrativa da parábola do Bom Samaritano: um homem que descia de Jerusalém para Jericó, foi assaltado no caminho. Passaram por ele, um sacerdote e um levita que nada fizeram, mas em seguida veio um samaritano que o socorreu. A partir desta pequena história, Jesus pergunta ao doutor da lei: “quem dos três seria o próximo?” O doutor responde que foi o samaritano que usou de compaixão. Jesus encerra o diálogo dizendo: “vai e faz o mesmo”.
Vemos que no amor a Deus e ao próximo está a síntese do cristianismo. Um amor indivisível, sem restrições e nem exclusivismos. Um amor que não questiona quem é meu próximo, onde ele se encontra, qual sua cor, sua religião, sua origem ou seu nível social, seu time ou a sua ideologia, porque perante Deus, não existe distinção, somos todos iguais. Dizer que ama Deus e não é capaz de amar alguém que está em seu caminho, é um amor à Deus mentiroso. Somente conhecerá Deus, quem realmente for capaz de amar com gestos e atitudes de amor.
Jesus complementa: “o que fizeres ao menor de meus irmãos é a mim que fazeis”. Como posso amar Deus que não vejo, se eu não sou capaz de amar o irmão que Deus colocou em meu caminho, em minha vida ou eu o escolhi para partilhar o meu amor, na vida conjugal ou na vida fraterna? Amar é a capacidade de dar a vida por amor para tê-la em abundância. Só realmente vive em Deus quem for capaz de amar o próximo. Por isso no amor está a sabedoria da vida: para ser feliz.
Frei Sergio Pagan